A decisão de usar um anticoncepcional é um ato que dificulta a possibilidade de uma gravidez indesejada e também favorece a prática do sexo mais seguro. A existência de diversos métodos eficazes facilita a escolha do anticoncepcional que se adapta a cada tipo de mulher
A vida sexual pra nós, mulheres modernas, deve ser encarada com muita responsabilidade, pois o momento do ato sexual em si, pode ser muito especial mas, pode ter consequências irreversíveis. O planejamento familiar é muito importante para a qualidade de vida, pois só assim pode se garantir um futuro digno para a família e os descendentes, a escolha do momento para ter filhos, é um direito que assiste à todos os indivíduos e famílias.
O uso de um anticoncepcional é um ato em que se cria literalmente uma barreira física para a fertilização. Outro assunto associado a sexualidade feminina é o cuidado com as doenças sexualmente transmissíveis, alguns métodos auxiliam no cuidado com esses dois atos de consequências importantes.
Vamos desvendar aqui os métodos anticoncepcionais, ou seja, métodos que evitem a gravidez.
Para nós mulheres esse assunto é fundamental, porque é um momento de decisão se queremos ou não ser mães, para isso a adoção do método anticoncepcional é importante e por isso que precisamos conhecer as noções básicas sobre os tipos que existem para melhor escolher.
Antes de tudo é ter consciência de que não se escolhe um anticoncepcional sozinha, você precisa de um médico que auxilie você nessa escolha, ele vai te falar como será o uso desse método quais as chances que você tem de engravidar, quais os benefícios adicionais que você poderá ter e quais os riscos.
Entender a importância de conversar com um medico é imprescindível, mas algumas amigas preferem a ignorância e as vezes usam medicamentos que não servem, apesar de servir pra outras e isso leva as vezes a ineficácia do medicamento e com isso a gravidez indesejada ou até algumas doenças. Por isso escolher um método junto com o seu ginecologista é fundamental e essa é a dica principal.
Os anticoncepcionais se dividem em dois grupos os hormonais e os não hormonais. Nós mulheres amamos os hormonais, por serem menos trabalhosos, eles evitam a ovulação, tem estrogênio, progesterona ou uma progesterona isolada. Esses hormônios vão fazer com que a mulher se instrua quanto a qual tipo de pílula usar, com qual pausa, tudo isso é escolhido com o seu ginecologista. Outro assunto pra se falar é o planejamento familiar que representa um componente fundamental e refere-se a um conjunto variado de serviços, medicamentos e produtos essenciais que possibilitam às pessoas, individuais e em casal, alcançar e planejar o número de filhos desejados ou o espaço do nascimento dos filhos. A decisão de ter ou não filhos, assim como a escolha do momento para ter filhos, é um direito que assiste a todos os indivíduos e família.
O sucesso na escolha de um método anticoncepcional depende da decisão voluntária e esclarecida e devem ser levados em conta a segurança, a eficácia, os custos, os efeitos secundários e reversibilidade dos métodos adotados. Existem alguns questionamentos que precisam ser avaliados quando se pretende escolher um método anticoncepcional, como por exemplo, se é eficaz, se está adequado ao seu estilo de vida, se é reversível, se é acessível e se existem riscos para a saúde. Só um Médico pode aconselhar qual método anticoncepcional é adequado para cada mulher ou casal em particular.
Vamos apresentar alguns métodos para que depois de refletir, consultar o seu médico antes de iniciar a utilização de qualquer método anticoncepcional.
Camisinha masculina
O preservativo atua como barreira, impedindo que os espermatozóides (células reprodutoras masculinas) entrem na vagina e atinjam o óvulo (célula reprodutora feminina), fecundando-o e dando origem a uma gravidez. Outra função importante esta na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) como infecção pelo HIV (AIDS), Hepatite B e a Gonorreia ou Blenorragia. Previne também as Infeções por HPV (Papiloma Vírus Humano), Sífilis e Herpes Genital.
Para que o preservativo atue de uma forma eficaz, deverá ser colocado corretamente desde o início da relação sexual, com o pénis em ereção e antes de qualquer contacto genital. Deverá ser retirado logo após a ejaculação, ainda com o pénis em ereção, para evitar que fique retido na vagina ou que derrame esperma e haja risco de gravidez e transmissão de agentes infeciosos. Na ponta, é muito importante deixar uma parte vazia sem ar, para que ali fique o esperma. Caso contrário, a camisinha pode estourar ou o esperma subir até a base do pênis, tendo contato com o corpo feminino.
É um método barato e acessível a todas as camadas da sociedade, fazendo com que seja o método anticoncepcional mais adotado no mundo. A sua eficácia fica em torno de 96%, se utilizada corretamente.
Camisinha feminina
O preservativo feminino tem a forma de um tubo, é feito à base de nitrilo (substância semelhante ao látex) e tem um anel em cada uma das extremidades. É colocado no interior da vagina, pode ser inserido até 8h antes da relação sexual e não deve ser utilizado em simultâneo com o preservativo masculino (externo), isto porque o atrito causado pelos dois preservativos poderá fazer com que estes se rompam mais facilmente. Depois da ejaculação, o preservativo retém o esperma, prevenindo o contacto com colo do útero, evitando a gravidez. O preservativo feminino protege contra as DSTs e AIDS. É um recipiente que possui dois anéis nas extremidades. Um serve para facilitar a introdução da camisinha na vagina, e o outro serve para segurar a camisinha na vulva, protegendo os pequenos e grandes lábios também. A eficácia contra a gravidez é de aproximadamente 97%.
Diafragma
O diafragma é um dispositivo de borracha com um aro flexível que se introduz na vagina. Quando corretamente introduzido previne o contato do esperma com o colo do útero, funcionando como meio eficaz anticoncepcional.
Ele se encaixará na entrada do útero, obstruindo-o. Essa obstrução evita que os espermatozóides encontrem o óvulo. A eficácia desse método é de aproximadamente 80%.
Métodos hormonais ou químicos
Método injetável
Com uma seringa são injetados hormônios que evitam a ovulação em certo período (mensal ou trimestral). Após a interrupção das injeções, é possível engravidar seis meses depois. Sua eficácia é de aproximadamente 98,5%. Deve ser utilizado com prescrição e acompanhamento médico.
Esse método não é recomendado para mulheres acima de 35 anos e fumantes, pois pode trazer algumas complicações para a saúde. Também deve ser evitado o uso por mulheres que tiveram trombose, glaucoma, problema cardiovascular, hepatites, hipertensão, neoplasias, diabetes, entre outros. O uso em períodos de amamentação pode prejudicar a produção de leite.
Implante
São implantados no braço pequenos bastões que contêm hormônios, que impedem a ovulação e são liberados gradativamente, por até 3 anos. Após a interrupção do uso desse método, é possível engravidar após um ano.
Pílula do dia seguinte
Contém grande quantidade de hormônios (levonorgestrel), que cria um ambiente desfavorável aos espermatozóides e também evita a ovulação. É utilizada em casos de emergência, como um furo na camisinha, ou vazamento de esperma, etc. Não deve ser utilizada com muita frequência, pois pode desregular o ciclo menstrual. Eficácia de 99,9%. Deve ser tomada em até 3 dias após a relação sexual, após esse período, a eficácia da pílula cai bastante. Ela somente previne a gravidez de relações sexuais anteriores, não futuras.
DIU – Dispositivo intra-uterino
É uma peça de plástico banhada de cobre, material que funciona como espermicida. O DIU é colocado dentro do útero pelo médico, durante o período menstrual, quando o colo do útero está mais aberto. O dispositivo pode ficar por muitos anos no útero, mantendo a sua eficácia, desde que tenha acompanhamento do ginecologista. Não protege contra DSTs, e em caso de uma possível gravidez (eficácia de 98%), pode ter efeito abortivo.
Métodos comportamentais
São métodos que se baseiam apenas no comportamento dos indivíduos que praticam o sexo.
Coito interrompido
Consiste em retirar o pênis de dentro da vagina momentos antes da ejaculação. Esse método é bastante falho, pois antes da ejaculação é expelido outro líquido, lubrificante, que também contém espermatozóides capazes de fecundar o óvulo.
Método de Ovulação Billings
Também conhecido como Método Billings, é um método de Regulação Natural da Fertilidade, em que o casal identifica o período fértil, com base nas observações que a mulher faz de seu corpo e identifica os sinais de fertilidade e infertilidade. É melhor utilizado quando a mulher quer engravidar, e não o contrário.
Para usar o método é importante que seja feito um acompanhamento com instrutora qualificada pela Organização Mundial do Método de Ovulação Billings, no Brasil representada pela CENPLAFAM. As observações são feitas na vulva enquanto a mulher está em suas atividades diárias normais. Não é feito exame interno. As características mais férteis do dia são registradas a cada noite com uma ou duas palavras para descrever a sensação e a aparência. Selos coloridos ou símbolos são usados em gráfico.
A mulher reconhece o começo de sua fertilidade pela mudança na sensação vulvar espontânea e talvez por observações visuais diferentes de seu Padrão Básico de Infertilidade. Próximo da ovulação, a sensação se torna escorregadia, o muco visível pode diminuir ou desaparecer, e pode haver uma sensibilidade intensificada e edema vulvar. O registro do gráfico da mulher revelará um padrão de desenvolvimento progressivo, refletindo a resposta cervical aos níveis crescentes de estrógeno. A fertilidade do casal está portanto regulada pelas distintas funções das secreções cervicais em resposta a produção de mudança dos hormônios ovarianos.
O Método possui 4 Regras que podem ser usadas durante todas as etapas da vida reprodutiva da mulher.
É um método que pode ser falho se for mal acompanhado, pois depende muito da interpretação da mulher, e também porque outros fatores podem influenciar na consistência do muco, como calcinhas apertadas, infecções, excitação, etc. Esse método serve mais para saber o dia em que se deve ter relações sexuais afim de ter uma gravidez do que evitá-la.
Tabelinha
É uma tabela do ciclo hormonal e fértil da mulher, detectando assim, os dias em que pode ter relações sexuais com menor risco de gravidez.
Todo mês, deve-se marcar em um calendário a data de início da menstruação. Isto deve ser feito por no mínimo seis meses, para que se tenha uma informação correta sobre o ciclo hormonal. O número de dias entre as menstruações dividido por dois indica o meio do ciclo. Nos três dias antes e depois do meio (incluindo o dia de referência), não se deve ter relações sexuais.
Toda mulher possui um ciclo hormonal diferente, então é muito importante ficar os seis meses criando a tabela com as informações dos ciclos. Por exemplo, uma mulher que inicia o ciclo menstrual no primeiro dia do mês, e tem outra menstruação no dia 28, tem um ciclo menstrual de 28 dias, sendo férteis os dias 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17, quando o óvulo está sendo liberado.
Se no período de “testes” for detectado uma variação maior que 10 dias entre os ciclos mais longos e curtos, esse método não é recomendado. Também deve ser evitado por mulheres que têm o ciclo irregular, seja por qualquer motivo. Importante lembrar que nem sempre os dias do ciclo serão numericamente iguais aos do mês.
Métodos cirúrgicos
Laqueadura ou Ligação de Trompas
É uma intervenção cirúrgica, onde as trompas da mulher são amarradas ou cortadas, evitando com que o óvulo e os espermatozóides se encontrem. É um método definitivo, ou seja, depois que a laqueadura é feita, é impossível engravidar novamente. Deve ser um método utilizado com muita certeza do que se está fazendo. Muitas mulheres se arrependem anos após a realização da esterilização, mesmo que tenham dito ter certeza do que queriam fazer. Só é indicado para mulheres maiores que 25 anos que já tenham pelo menos 2 filhos.
Vasectomia
É uma cirurgia feita na bolsa escrotal do homem, por onde passa o canal deferente. Esse canal é cortado, impedindo que os espermatozóides cheguem ao esperma. Isso não faz com que o homem fique impotente, nem prejudica a produção de testosterona pelos testículos. Esse método anticoncepcional só é feito por recomendação médica, sendo requisitos ter no mínimo 25 anos ou dois filhos vivos, e ter passado por grupos educativos, pois é um processo irreversível.
Então é isso, essas são só algumas sugestões para as mulheres terem conhecimento sobre seu corpo e as decisões importantes que podem tomar e ter mais qualidade em suas vidas.
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